PEDRO CUNHA
Os olhos de Claudete Aparecida Júlio se perdem no vazio ao falar do pai, sequestrado há um ano e até hoje desaparecido. A voz embarga, em uma calma apenas aparente. Uma tranquilidade que mais parece fruto da angústia narcotizante provocada pela dúvida latente. Esta impressão, ela confirma: ‘‘perdi minha alma e só vou reencontrá-la quando souber o que aconteceu com meu pai’’.
A notícia por si só já seria suficientemente forte. Na Sexta-feira Santa, completou-se um ano do sequestro do construtor aposentado José Júlio Sobrinho, o Júlio da Terral. Porém, o relato de Claudete vai muito além. ‘‘Por mais que eu imagine que meu pai, com idade avançada e tudo, possa estar morto, não tenho a certeza e gostaria de clarear a situação. Saber em que condições as coisas aconteceram. É um drama diário que a gente tenta levar, mas não consegue esquecer’’.
A cada frase, Claudete demonstra um equilíbrio surpreendente, diante de situações que arrasam quem as ouve. ‘‘Sei de outros casos nos quais pessoas foram encontradas mortas no cativeiro, mas foram encontradas. E o que eu quero é isso. Sei que um dia todos vamos morrer, mas esperamos que isso ocorra com dignidade’’.
Diante da angústia de nem mesmo saber se o pai está vivo ou morto, ela conta que o fato de o resgate ter sido pago 45 dias depois do sequestro é mero detalhe. ‘‘Meu pai sempre foi uma pessoa muito forte e positiva, e essa humilhação que ele passou nos faz pensar por que isso acontece com alguém que lutou muito para se sobressair, construir uma família, sem fazer mal a ninguém. Por que acabar com a vida dele em uma situação tão indigna como essa?’’, questiona.
Pedro Cunha - Jornalista
Assinar:
Postar comentários (Atom)
DISQUE DENUNCIA -181
sua informação será mantida em absoluto sigilo
Um comentário:
Prezado senhor: Chamo-me Hélio Prólo, 66 anos, tels. 8347-0578 - E. mail: prolo1@ig.com.br, e estou escrevendo por estar solidário na revolta com V. S. Porém informo também que possuo um caso em minha vida QUE É PIOR DO QUE ESTE DENUNCIADO PELO SENHOR. É mais nojento mesmo! E estão inclusos o anormal chamado de juiz, e um promotor público que está acima do juiz, pois faz o que quer nas audiências. É conhecido nos corredores do Fórum pelo apelido de "presepeiro".Enfim meu caso está sendo encaminhado para o CNJ em Brasília. Gostaria de saber de V.S. o que acha do CNJ. Será que merecem credibilidade? Minha vida está nas mãos deles. Obrigado.
Postar um comentário