Apelo

APELO

Após um ano de dor, ela reúne forças e se expõe uma vez mais, em plena Semana Santa, para fazer um apelo aos órgãos que respondem por este tipo de crime. ‘‘Peço que eles se empenhem para dar uma resposta, porque já estamos cansados. Não tem como esquecer e queremos que essa situação seja resolvida’’.

O pedido é reforçado por mensagens deixadas por ela em um outdoor na Curva do S e em cartazes pendurados no escritório da empresa da família, localizado na Avenida Presidente Castelo Branco, número 4.370. ‘‘Vamos manter essas mensagens até obter uma resposta’’, assegura Claudete.

Questionada sobre a possível formação de um movimento contra os sequestros, ela pondera: ‘‘a violência foi contra uma pessoa da nossa família e essas mensagens são uma satisfação à sociedade. Se você pede às pessoas para englobarem um movimento, talvez elas não se sintam muito à vontade. Então, como uso um espaço comercial meu, posso fazer o que quero sem agredir ninguém’’.

E o recado funciona. É impossível passar pela orla da praia sem notar o recado: ‘‘Praia Grande e região não contribuem com a violência contra a vida. O Resgate já foi pago. Denuncie 181’’. Claudete revela ouvir muitos elogios de transeuntes sobre a publicidade. ‘‘Muitas pessoas dizem: você é corajosa. Comentam ser justo o que faço. Quando você vê uma notícia na televisão, que é passageira, o caso passa logo. Como o meu, devem ter muitos que ninguém sabe. Então, a divulgação é para lembrar sempre do caso que está acontecendo’’.

Repetidamente, a filha de Júlio da Terral diz ter a certeza de que a Promotoria está trabalhando, assim como a polícia. Porém, com a mesma insistência, recorda que a situação precisa ser finalizada. ‘‘Onde ele está? Não é comum na região esse tipo de caso, de a pessoa ter sido sequestrada e continuar desaparecida’’.